"Os livros gostam de ser amados,
de ser lidos e lembrados
e de crescer com os meninos
com que foram embalados.
Os livros têm um sonho:

o de ver outros livros nascer
para que a paixão da leitura
não possa nunca morrer."

José Jorge Letria

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sophia de Mello Breyner Andresen ( 1919-2004)

   Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto, em 1919, no seio de uma família aristocrática. A sua infância e adolescência decorrem entre o Porto e Lisboa, onde tirou o curso de Filologia Clássica.
   Após o casamento com o advogado Francisco Sousa Tavares, fixa-se em Lisboa, passando a dividir a sua actividade entre a poesia e o activismo cívico contra a ditadura de Salazar.
   As duas actividades não são, no entanto, separáveis: se por um lado é sócia fundadora da "Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos", a poesia ergue-se também como uma voz da liberdade, especialmente em O Livro Sexto.
   A sua intervenção cívica é uma constante, mesmo após a Revolução de Abril de 1974, tendo sido Deputada à Assembleia Constituinte pelo Partido Socialista.
  Profundamente, mediterrânica na sua tonalidade, a linguagem poética denota, para além da sólida cultura clássica da autora e da sua paixão pela cultura grega, a pureza e a transparência do signo na relação da linguagem com as coisas, a luminosidade de um mundo onde intelecto e ritmo se harmonizam na forma melódica, perfeita, do poema. Luz, verticalidade e magia estão, aliás, sempre presentes na obra de Sophia: quer na obra poética quer na importante obra para crianças que, inicialmente, destinada aos seus cinco filhos, rapidamente, se transformou num clássico da literatura infantil em Portugal, marcando sucessivas gerações de jovens com títulos como O Rapaz de Bronze, A Fada Oriana ou A Menina do Mar.
  A sua actividade literária pautou-se sempre pelas ideias de justiça, liberdade e integridade moral. A depuração, o equilíbrio e a limpidez da linguagem poética, a presença constante da natureza, a atenção permanente aos problemas e à tragicidade da vida humana são reflexo de uma formação clássica durante a juventude.
  Colaborou na revista Távola Redonda e conviveu com nomes da literatura e cultura portuguesas, como Miguel Torga, Ruy Cinatti, Jorge de Sena e Vieira da Silva.



Nenhum comentário:

Postar um comentário